VULNERABILIDADE DO HOMEM EM SEU AMBIENTE DE TRABALHO: QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE
DOI:
https://doi.org/10.25194/rf.v20iSuplementar.1975Palabras clave:
Saúde do homem, Vulnerabilidade em saúde, Local de trabalho, Processo saúde-doençaResumen
O ato de trabalhar é descrito como uma atividade profissional, individualizada ou coletiva, que exige atender a uma determinada finalidade, sendo que essa atividade central na vida do ser humano pode ser remunerada ou não(1). Apesar do ambiente de trabalho gerar sentimentos de satisfação e contentamento, muitas vezes o ser humano resiste em reconhecer que ele pode implicar em doenças, acidentes e transtornos, levando-o a ocultar o adoecimento o que contribui com os fatores do processo saúde-doença (2,3).
Um fator a ser considerado quanto à problemática do cuidado ao bem-estar da população masculina, é a dificuldade que o grupo tem em reconhecer suas próprias necessidades de saúde, o que fortalece a questão da invulnerabilidade do homem(3). A vulnerabilidade em saúde vai estar ligada diretamente aos riscos a que uma população estará ou não exposta, favorecendo assim o desenvolvimento de problemas e danos à saúde(4,5).
Muitas vezes a procura pelos serviços da Atenção Primária à Saúde (APS) pelo público masculino significa ausentar-se do trabalho, colocando em risco a subsistência econômica, levando-os a deixar muitas vezes a saúde em ordem secundária(3).
Em relação aos índices de morbimortalidade, a população masculina possui números elevados quando em comparação com a população feminina, e, ao enfrentarem a mesma doença, os homens dispõem de uma menor expectativa de vida. Uma pesquisa realizada em 2016 apontou que a perspectiva de um indivíduo de 30 anos morrer de uma doença não transmissível antes dos 70 anos de idade foi 44% maior entre os homens comparado às mulheres(4,6).
Torna-se pertinente salientar que alguns dos fatores que levam essa população a encontrar-se inseridos nesses dados deve-se a falta de procura por serviços de saúde ou mesmo por medo da descoberta de uma doença, que pode estar relacionada à exposição a acidentes de trabalho, negligência com a alimentação adequada e a prática de exercícios físicos (7).
Atualmente, a Política Nacional de Assistência Integral à Saúde do Homem (PNAISH) visa integralizar e dispor o acesso do público masculino entre 20 e 59 anos de idade às unidades de saúde, tanto no que tange a informação quanto no que se refere à prevenção e promoção da saúde, visando a redução nos índices de morbimortalidade(8,9) .
Diante do exposto, fica claro que a vulnerabilidade masculina sofre influência de diversos fatores, os quais podem contribuir para uma saúde debilitada. Nesse sentido a implementação de intervenções relacionadas a prevenção e promoção da saúde no ambiente de trabalho propicia promover bem-estar e qualidade de vida a esta população, através informações que gerem reflexões e conhecimentos acerca de assuntos relevantes para os homens, proporcionando a prática do autocuidado(10).