PREVALÊNCIA DO USO DE PLANTAS MEDICINAIS NA POPULAÇÃO DO RECÔNCAVO BAIANO
DOI:
https://doi.org/10.25194/rf.v20iSuplementar.1882Palavras-chave:
Plantas medicinais, Uso terapêutico, Qualidade de vidaResumo
Introdução: No Brasil, as plantas medicinais apresentam um papel importante na medicina popular se tornando um hábito comum de cuidados com finalidades variadas. São usadas por uma parcela da população para fins paliativos, cuidados com a pele, alívio de dores e inflamações, saúde digestiva, fortalecimento do sistema imunológico e tratamento de doenças como gripes, resfriados, problemas digestivos, insônia, ansiedade, dentre outras. O uso de plantas medicinais deve ser feito com cuidado e orientação adequada, pois algumas plantas podem ter efeitos colaterais e interações com medicamentos.
Objetivo: Identificar a prevalência do uso de plantas medicinais na população do recôncavo baiano.
Método: Estudo de campo de corte transversal, descritivo, de abordagem quantitativa, realizado com uma amostra de 296 indivíduos, de uma população adulta do recôncavo baiano. Após devida assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), a pesquisa incluiu aplicação do questionário com perguntas sociodemográficas, questões sobre a saúde dos participantes e seus hábitos, incluindo um quadro de uso de plantas para fins medicinais. A pesquisa teve aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade Adventista da Bahia, sob registro do CAAE 45556221.4.0000.0042. Os dados coletados foram adicionados ao programa SPSS v.2.0.0. As variáveis foram dicotomizadas e os resultados foram apresentados de forma absoluta e percentual.
Resultados parciais: Na variável uso de plantas para fins medicinais, observou-se que 141 (47,6%) indivíduos relataram não utilizar e 155 (52,4%) informaram fazer uso, destes, 109 (70,3%) foram do gênero feminino e 46 (29,7%) masculino. Quanto ao tipo de plantas medicinais, as mais citadas foram a erva cidreira 12,9% (n=62), capim santo12,2% (n=59), erva doce 11,0% (n=53), boldo 10,4% (n=50), camomila 10,0% (n=48), hortelã 6,9% (n=33), canela 6,4% (n=31), coentro 6,0% (n=29), gengibre 5,6% (n=27), maracujá 5% (n=24) e outros 13,7% (n=66). O método mais utilizado foi em forma de chá 74,5% (n=140). Entre as razões de uso, destacam-se melhor qualidade de vida (23,4%, n=64) e 20,5% (n=56) utilizam para aliviar sintomas. Em relação a frequência, o uso diário 27,7% (n=43) foi o mais citado, seguido de mais que uma vez na semana (26,5%, n=41) e dose única (23,2%, n=36). Quanto a percepção dos resultados 73,6% (n=114) melhorou o estado geral e 24,5% (n=38) estabilizou os sintomas. Visto a prevalência do uso de plantas medicinais nesta população, julga-se importante a orientação adequada sobre a qualidade das plantas, suas propriedades, indicações, dosagens recomendadas, contraindicações e possíveis efeitos colaterais e alergias visando redução de automedicação prolongada e o uso seguro e eficaz. Este estudo faz parte da pesquisa ESB-Popnerb, estudo da saúde bucal da população negra do recôncavo baiano, que está sendo realizado nos anos de 2022 e 2023 com previsão da amostra para 500 participantes.
Descritores: Plantas medicinais; Uso terapêutico; Qualidade de vida.
Eixo temático: Ciências da saúde.