“70 VEZES POSSÍVEIS”: PROPOSTA GAMEFICADA DE PROMOÇÃO A HABILIDADES SOCIAIS DE PERDÃO
DOI:
https://doi.org/10.25194/rf.v20iSuplementar.1814Palavras-chave:
Perdão, Crianças, Habilidade socialResumo
A palavra “perdão” vem do latim, que significa o ato de reconhecer os seus erros e pedir desculpas aquele que foi ofendido. O tema perdão nos leva diretamente a pensar em um ato de fé e imediatamente nos remete a bíblia, o perdão bíblico traz o benefício não só de agradar a vítima, mas fazer do pecador um ser restaurado, a falta de perdão prejudica muito mais o ofensor do que o ofendido. Sendo assim esta pesquisa apresenta as duas perspectivas, a religiosa e científica. Perguntas constantes são feitas sobre o perdão, tais como: Por que perdoar? Ou qual a importância de perdoar?
O motivo pelo qual devemos liberar perdão é que, se Deus que é perfeitamente justo perdoou nossos pecados que são impossíveis de pagar, então também temos o dever de liberar perdão. É importante perdoar, porque além de nos liberar espiritualmente, traz benefícios para a saúde física e mental. Segundo o texto bíblico “Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?” E Jesus respondeu: “Eu digo a você: Não até sete, mas até setenta vezes sete.” Mateus 18:21-22. Referente a esse versículo bíblico, Jesus nos mostra na íntegra que devemos estar sempre dispostos a liberar perdão.
Deus o ser mais poderoso do universo tem poder para purificar, ou seja, quando diante Dele revelamos os nossos sentimentos e nos perdoamos ele tem poder para purificar e trazer o renovo que a nossa alma precisa junto com a paz que nos conforta. “De fato, se vocês perdoarem aos homens os males que lhe fizerem, o Pai de vocês que está no céu também perdoará a vocês.” Mateus 6:14. “Quando vocês estiverem rezando, perdoem tudo o que tiverem contra alguém, para que o pai de vocês que está no céu também perdoe os pecados de vocês.” Marcos 11:25. “O coração em paz dá vida ao corpo, mas a inveja apodrece os ossos.” Provérbios 14:30
Como conta a bíblia, Jesus já deixou bem claro qual é o poder da oração (quando ensinou a todos nós o “Pai nosso” e o poder o perdão redimindo todos nós no seu.
O perdão significa muito mais que perdoar injustiças e ofensas sofridas, mas tudo aquilo que está por vir. O ciclo de não perdoar deveria ter um ponto final, pois dentro dessa ação-reação existe um ciclo vicioso que nunca tem fim, dentro desse contexto, é necessário que alguém dê o primeiro passo para o perdão, porque além de corajoso e inteligente, essa atitude, será exatamente o que Deus nos ensinou. O perdão nos liberta do passado, torna o presente uma leveza e faz do futuro uma jornada promissora.
O interesse pela temática do perdão na psicologia tem crescido ao longo dos anos, e Robert Enright é um dos teóricos que se destaca nesse cenário com propostas teóricas e metodológicas. Enright (1996) propõem o estudo em uma tríade, (1) oferecer o perdão – que adota como a perspectiva as vítimas; (2) receber o perdão e (3) auto perdão – que adotam a perspectiva dos ofensores. A atitude para oferecer o perdão tem sido privilegiada nas pesquisas em psicologia, havendo maior concentração nos estudos baseados nas perspectivas da vítima.
No entanto, sendo o perdão definido como uma atitude que envolve a qualidade da relação passada e presente entre vítimas e ofensores, é igualmente importante ampliar os conhecimentos sobre as atitudes para receber o perdão e para perdoar a si mesmo. De acordo com Enright (1996), uma atitude genuína para receber o perdão envolve, por parte dos ofensores, reconhecer a injustiça cometida, sentir remorso pelo comportamento injusto e respeitar a vítima, compreendendo que a decisão sobre o perdão pertence a ela e que ela pode necessitar de tempo para considerar se perdoa ou não.
É importante que o ofensor compreenda e tenha empatia pela vítima, que sofre por consequência da injustiça cometida por ele. A falta de perdão é associada a vários riscos para a saúde, sintomas esses que podem estar relacionados a dor reprimida, na medida em que guardamos sentimentos ruins. Esse desequilíbrio emocional se torna físico quando a intensidade que damos ao fato que nos magoa, se torna uma interferência na atividade cerebral, de modo que dificulte o envio de estímulos nervosos responsáveis pela execução de algumas funções do nosso organismo.
Segundo a psicóloga e coordenadora do setor de gerenciamento de qualidade de vida da UNIFESP, Denise Diniz, ‘’ a pessoa com uma patologia de origem emocional, dificilmente consegue desempenhar com total desenvoltura suas atividades sociais e começam a dá sinais físicos. A mágoa e o não perdão, estão entre os conjuntos de fatores que somam e vão se acumulando. Quando o corpo reage com sintomas de alguma doença, provavelmente não estamos psicologicamente bem, e o organismo responde tentando eliminar a dor”.