Resumen
RESUMO
Este artigo busca discutir a percepção de psicólogos sobre as relações entre ciência psicológica e religião, a partir de suas filiações religiosas. A base teórica consistiu na tipologia de relações entre ciência e religião construída por Ian Barbour (2000) notadamente as categorias de Conflito, Independência e Integração. A pesquisa adotou uma abordagem quali-quantitativa e teve como principal instrumento de coleta de dados um questionário estruturado, os sujeitos foram 14 psicólogos atuantes na região do recôncavo baiano, as respostas foram transformadas em gráficos de frequência e analisadas à luz da teoria. Concluiu-se que entre as três perspectivas enfatizadas pelas perguntas, predominou categoria da Independência tanto entre os psicólogos religiosos, como nos não religiosos e antirreligiosos. A categoria da Integração também surge, mas com menor força e a mesma é enfatizada até mesmo pelos não religiosos. Parece que há uma clara rejeição da categoria do conflito por parte de todos os sujeitos da pesquisa, o que demonstra que a narrativa do conflito a qual coloca as práticas da ciência versus as crenças religiosas tem pouca aderência entre os psicólogos.
Palavras-chave: Ciência. Religião. Psicólogos. Recôncavo. Baiano.
ABSTRACT
This paper discusses the perception of psychologists on the relationship between psychological science and religion, from their religious affiliations. The theoretical basis was the typology of relationships between science and religion built by Ian Barbour (2000) notably the categories of Conflict, Integration and Independence. The research adopted a qualitative-quantitative approach and had as its main instrument of data collection, a structured questionnaire, the subjects were 14 active psychologists in the Bahia region, their responses were transformed into frequency graphs and analyzed in the light of the theory. We conclude that among the three perspectives emphasized by questions predominated category of Independence both among religious psychologists, as in nonreligious and antireligious. The category of integration also arises, but with less force and it is emphasized even by non-religious. It seems that there is a clear rejection of the category of the conflict by all the subjects, which demonstrates that the narrative of the conflict which puts the practices of science versus religious beliefs have little adherence among psychologists.
Keywords: Science. Religion. Psychologists. Reconcavo Baiano.
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