OS DESAFIOS ENFRENTADOS PELAS MULHERES PRETASNO MERCADO DE TRABALHO EM SALVADOR SOB UMA PERSPECTIVA INTERSECCIONAL
Palavras-chave:
Mulheres, Pretas, Interseccionalidade, Trabalho, DesafiosResumo
O presente artigo tem o objetivo de caracterizar os desafios enfrentados pelas mulheres pretas no mercado de trabalho em Salvador sob um olhar interseccional, basicamente levando em consideração a encruzilhada de marcadores sociais que as afetam. A pesquisa aponta importantes pontos tais como: a discussão sobre diversidade organizacional como um aspecto de trabalho, levando em consideração seus marcadores sociais como classe, gênero, raça/etnia, geração e território. A partir daí, formamos os DSC’s para as análises e identificamos alguns desafios, por exemplo, ser mulher, ser preta, ser periférica, ter traços negroides, ser das ciências exatas e outros. Todos esses marcadores perpassam a vida dessas mulheres, lhe proporcionado estratégico, além da enorme lacuna entre os discursos e as práticas organizacionais. Para isso utilizamos como metodologia de análise a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) de Lefèvre e Lefèvre (2003). Com esse método é possível dar voz a vários sujeitos por meio de um discurso único, ou seja, o discurso coletivo. Com o auxílio dessa ferramenta metodológica recolhemos alguns depoimentos de mulheres pretas a respeito de suas vivências no mercado muitos desafios. Dentre estes, o aspecto racial é um dos que se apresentam com mais intensidade nos resultados. Assim, os marcadores são apresentados pelas entrevistadas como fatores que impactaram de forma significativa seu bem-estar no contexto organizacional, mas também o clima e a produtividade organizacional.
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