Resumo
Ao se referir a criação do homem, a Bíblia diz que ele foi feito segundo a imagem e semelhança de Deus. Após a tradução latina da Bíblia feita por Jerônimo entre os séculos IV e V, esse aspecto da natureza humana passou a ser conhecido simplesmente como imago Dei. No entanto, no que consistiria essa correspondência com o divino? Quais as primeiras interpretações da história teológica? Os teólogos conhecidos como “pais da igreja” foram os primeiros a tentar explicar essa questão. O objetivo deste estudo é apresentar as principais interpretações presentes na teologia patrística sobre o significado da imago Dei. Quanto à abordagem, essa pesquisa é qualitativa; quanto à finalidade, é pura; quanto aos objetivos, é descritiva; quanto à natureza, é um resumo de assunto e, quanto ao objeto e aos procedimento, é bibliográfica. Em primeiro lugar, serão abordados os antecedentes históricos à tendência antropológica adotada pelos pais da igreja, o que envolve a discussão no primeiro século sobre o uso da filosofia para a formulação e compreensão das doutrinas cristãs. Posteriormente, serão apresentadas as perspectivas dos principais teólogos patrísticos, a saber: Irineu, Clemente, Orígenes, Gregório e Agostinho. Finalmente, a conclusão revelará o que há de comum entre todas as interpretações propostas. Os resultados revelam uma convergência em torno da identificação da imagem de Deus com uma alma imaterial, que seria responsável por garantir à criatura humana certos atributos exclusivos que a ligariam à Divindade.