SAÚDE DAS MULHERES INDÍGENAS NA AMÉRICA LATINA: REVISÃO INTEGRATIVA

Autores/as

  • Marina Luiza Resende Abritta
  • Shayane Ribeiro Torres
  • Daniel Antunes Freitas

DOI:

https://doi.org/10.25194/rebrasf.v9i2.1449

Palabras clave:

Saúde, Mulheres, Indígenas

Resumen

Introdução: As mulheres indígenas costumam enfrentar formas diversas de discriminação em virtude do gênero e etnia, interferindo, assim, na qualidade de vida, nas taxas de morbidade e mortalidade e no acesso aos serviços de saúde. Objetivo: Compreender o processo saúde-doença das mulheres indígenas na América do Sul. Método: Tratase de uma revisão integrativa sistemática com pesquisa nas bases de dados ScieLO, PUBMED e LILACS utilizando quatro descritores em ciências da saúde (DeCS) nos idiomas português, espanhol e inglês. Sendo aplicadas as seguintes combinações “saúde AND indígenas AND mulheres AND Brasil” e “saúde AND indígenas AND mulheres AND NOT Brasil”. Os critérios de inclusão foram artigos em português, inglês e espanhol, que abordassem estritamente a relação entre saúde e mulheres indígenas da América Latina nos últimos cinco anos. Resultados: Foram identificadas 3337 publicações e, após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram selecionadas, ao final, 28 artigos, a maioria publicada no Brasil (46,43%), seguido de Colômbia (17,86%) e Paraguai(14,29%). A partir dos artigos selecionados foram extraídas 03 categorias: Enfermidades gerais, Acesso aos serviços de saúde e Aspectos culturais. Conclusão: As barreiras culturais, geográficas, socioeconômicas e linguísticas resultam em consequências negativas para a saúde da mulher indígena como: infecções, doenças sexualmente transmissíveis, altas taxas de mortalidade materna e aumento da presença de doenças crônicas. Dessa forma, percebe-se uma negligência no cuidado dessas mulheres. Urge a formulação de políticas públicas e o reforço das já existentes, a fim de combater a desigualdade e promover a igualdade no cuidado, respeitando a interculturalidade.

Biografía del autor/a

Marina Luiza Resende Abritta

Graduanda em Medicina pela Universidade Estadual de Montes Claros.

Shayane Ribeiro Torres

Graduanda em Medicina pela Universidade Estadual de Montes Claros

Daniel Antunes Freitas

Doutor em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Montes Claros

Citas

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico: 2010. Características

gerais dos indígenas: resultados do universo. Censo demogr. [Internet]. 2010: 1-245. Disponível

em:https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/95/cd_2010_indigenas_universo.pdf .

Acesso em: 10 jan 2020.

Norena-Herrera C, Leyva-Flores R, Palácio-Mejia LS, Duart-Gomez MB.Inequidad en la

utilización de servicios de salud reproductiva en Colombia en mujeres indígenas y afrodescendientes.

Cad. Saúde Pública [Internet]. 2015; 31(12):2635-48. Disponível em:https://www.scielo.br/pdf/

csp/v31n12/0102-311X-csp-31-12-2635.pdfAcesso em: 10 mar 2020.

Organização das Nações Unidades. Declaração das Nações Unidas sobre os direitos dos

povos indígenas. [publicação online]. 2008. p. 1-12.Disponível em: http://www.funai.gov.br/

arquivos/conteudo/cogedi/pdf/LEGISLACAO_INDIGENISTA/Legislacao-Fundamental/ONU-13-09-

pdf Acesso em: 15 mar 2020.

Organização Mundial da Saúde. Constituição da Organização Mundial da Saúde. 1946.

Disponível em:http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/OMS-Organiza%C3%A7%C3%A3oMundial-da-Sa%C3%BAde/constituicao-da-organizacao-mundial-da-saude-omswho.html. Acesso

em: 10 mar 2020.

Ortiz AS. Aspectos de la salud sexual y reproductiva de las mujeres adolescentes de

tres comunidades del Resguardo Indígena San Lorenzo,Caldas:trabajodoméstico,partería

tradicional y procesos organizativos de mujeres indígenas. Rev. Cienc.

Salud,2019;17(spe):145-62. Disponível em:http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_

arttext&pid=S169272732019000400145&lng=en.Acesso em: 10 mar 2020.

Dias-Scopel RP, Scopel D. Promoção da saúde da mulher indígena: contribuição da etnografia

das práticas de autoatenção entre os Munduruku do Estado do Amazonas, Brasil. Cad. Saúde

Pública,2019;35(Suppl3):e00085918. Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_

arttext&pid=S0102311X2019001505002&lng=en. Acesso em: 10 mar 2020.

Romero JAB, Padilla LEM, Valeta MO. Prácticas de cuidado culturalenelcontinuo reproductivo

de la mujer Embera Katio del Alto Sinú. Enfermeria (Montev.). 2019;8(1):59-78. Disponível em:http://

www.scielo.edu.uy/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S239366062019000100059&lng=es.

Acesso em: 10 mar 2020.

Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisão integrativa: método de pesquisa

para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto & contexto

enferm, 2008;17(4):758-64. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_

arttext&pid=S010407072008000400018&lng=en. Acesso em: 10 mar 2020.

Aguilar G, Estigarribia G, Ortiz A, Miranda AE, McFarland W, Kawabata A etal.Prevalence

of Syphilis and Related Risk Behaviors Among Women in5 Distinct Indigenous Populations

in Paraguay. J Sex Transm Dis. 2019;46(4):246-49. Disponível em: https://journals.lww.com/

stdjournal/Fulltext/2019/04000/Prevalence_of_Syphilis_and_Related_Risk_Behaviors.6.aspx

Acesso em: 10 mar 2020.

Tiago ZS, Picoli RP, Graeff SVB, Cunha RV, Arantes R. Subnotificação de sífilis em gestantes,

congênita e adquirida entre povos indígenas em Mato Grosso do Sul, 2011-2014. Epidemiol

Serv Saúde, 2017; 26(3):503-12. Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_

arttext&pid=S2237-96222017000300503&lng= enAcesso em: 10 mar 2020.

Fonseca AJ, Taeko D, Chaves TA, Amorim LD, Murari RS, Miranda AE, Chen Z,Burk RD,

Ferreira LC.HPVInfectionandCervicalScreeninginSociallyIsolatedIndigenousWomen Inhabitants

of the Amazonian Rainforest. PLoS One,2015;10(7):e0133635. Disponível em: https://journals.

plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0133635. Acesso em: 10 mar 2020.

Carrero Y, Bracho A, García W, Arguello MJ, Silva C, González MJ et al.Hallazgoscitológicos

yfactoresderiesgoasociadosalesióncervicalenmujerespertenecientesatresetniasindígenas del

Estado Zulia. Kasmera. 2018;46(2):159-69. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/

resource/pt/biblio-1008113Acesso em: 9 mar 2020.

Mongelos P, Mendoza LP, Rodriguez-Riveros I, Castro A, Gimenez G, Araujo P et al.Distribution

of human papillomavirus (HPV) genotypes and bacterial vaginosis presence in cervical samples

from Paraguayan indigenous. Int J Infect Dis, 2015;39:44-9. Disponível em: http://linkinghub.

elsevier.com/retrieve/pii/S1201-9712(15)00202-7 Acesso em: 12 mar 2020.

Speck NMG, Pinheiro JS, Pereira ER, Rodrigues D, Focchi GRA, Ribalta JCL. Cervical

cancer screening in young and elderly women of the Xingu Indigenous Park: evaluation of the

recommended screening age group in Brazil. Einstein, 2015;13(1):52-7. Disponível em: http://

www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S167945082015000100010&lng=en.Acesso

em: 12mar 2020.

Rodrigues LLS, Morgado MG, Sahasrabuddhe VV, De Paula VS, Oliveira NS, Chavez-Juan E

et al. Cervico-vaginal self-collection in HIV-infectedanduninfectedwomenfromTapajósregion,Am

azon, Brazil: Highacceptability,hrHPVdiversityandriskfactors. Gynecol Oncol.2018;151(1):102-10.

Disponível em: https://www.gynecologiconcology-online.net/article/S0090-8258(18)31091-6/

fulltextAcesso em: 10 mar 2020.

Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Diretrizes brasileiras para

o rastreamento do câncer do colo do útero. 2016. p. 1-118. Disponível em: http://www.

citologiaclinica.org.br/site/pdf/documentos/diretrizes-para-o-rastreamento-do-cancer-do-colodo-utero_2016.pdf.Acesso em: 10 mar 2020.

Velázquez C, Kawabata A, Rios-González CM. Prevalencia de lesiones precursoras de cáncer

de cuello uterino y antecedentes sexuales/reproductivos de indígenas deCaaguazú, Paraguay,

-2017. Rev. salud publica Parag, 2018;8(2):15-20. Disponível em:http://docs.bvsalud.org/

biblioref/2019/02/980457/15-20.pdfAcesso em: 10 mar 2020.

Secco M, Elias S, Carvalho CV, Silva IDCG, Campos KJ, Facina G et al. Mammographic density

among indigenous women in forested areas in the state of Amapá, Brazil: a cross-sectional study.

Sao Paulo Med J, 2017;135(4):355-62. Disponível em:https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-

&script=sci_abstractAcesso em: 15 fev 2020.

Almeida JB, Kian KO, Lima RC, Souza MC. TotalandAbdominalAdiposityandHypertensionin

Indigenous Women in Midwest Brazil. PLoS One. 2016;13;11(6):e0155528. Disponível em:https://

journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0155528 Acesso em: 10 dez 2019.

Freitas GA, Souza MCC, Lima RC. Prevalência de diabetes mellitus e fatores associados

em mulheres indígenas do Município de Dourados, Mato Grosso do Sul, Brasil. Cad Saúde

Pública,2016;32(8):e00023915. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_

arttext&pid=S0102311X2016000805010&lng=pt Acesso em: 10 dez 2019

Estima NM, Alves SV. Mortes maternas e de mulheres em idade reprodutiva na população

indígena, Pernambuco, 2006-2012. Epidemiol Serv Saúde, 2019;28(2):e2018003. Disponível

em:https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2237-96222019000200302Acesso

em: 15 dez 2019.

Borges MC, Buffarini R, Santos RV, Cardoso AM, Welch JR, Garnelo L et al. Anemia among

indigenous women in Brazil: findings from the First National Survey of Indigenous People’s Health

and Nutrition. BMC Women’s Health. 2016;16(7):45-54. Disponível em: https://bmcwomenshealth.

biomedcentral.com/articles/10.1186/s12905-016-0287-5 Acesso em: 18 dez 2019.

Goetz LG, Valeggia C. The ecology of anemia: Anemiaprevalenceandcorrelatedfactors in

adult indigenous women in Argentina. Am J Hum Biol. 2017; 29(3):e22947. Disponível em:https://

onlinelibrary. wiley.com/ doi/abs/10.1002/ajhb.22947Acesso em: 18 dez 2019.

Tejerina M, Ménica C, Estrada E, Feliz J, Gonzales J, Juárez J et al. Prevalencia de

malnutrición y factores asociados en mujeres del pueblo wichí de General Ballivián, provincia

de Salta. Rev Argent Salud Publica, 2018; 9(34):29-34. Disponível em: http://www.scielo.org.ar/

scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1853810X2018000100005&lang=ptAcesso em: 18 dez 2019..

De Loma J, Tirado N, Ascui F, Levi M, Vahter M,Broberg K,Gardon J.Elevatedarsenic

exposure and efficient arsenic metabolism in indigenous women around Lake Poopó,Bolivia. Sci

Total Environ. 2019;657:179-86. Disponível em:https://www.sciencedirect.com/science/article/

pii/S0048969718348289?via%3Dihub Acesso em: 10 fev 2020.

Garnelo L, Horta BL, Escobar AL, Santos RV, Cardoso AM, Welch JR. et al. Avaliação da atenção

pré-natal ofertada às mulheres indígenas no Brasil: achados do Primeiro Inquérito Nacional de

Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas. Cad Saúde Pública, 2019;35(Suppl 3):e00181318. Disponível

em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102311X2019001505001&lng=en.

Acesso em: 10 mar 2020.

Waters WF, Ehlers J, Ortega F,KuhlmannAS.PhysicallyDemandingLaborandHealthAmong

Indigenous Women in the Ecuadorian Highlands. J Community Health,2018;43(2):220-6. Disponível

em: https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs10900-017-0407-7Acesso em: 10 mar 2020.

Castillo-Santana PTC, Vallejo-Rodríguez ED, Cotes-Cantillo K P, Castañeda-Orjuela CA.

Saúde materna indígena nas mulheres Nasa e Misak del Cauca, Colômbia: tensões, subordinação

e diálogo intercultural entre dois sistemas médicos. Saude soc, 2017;26(1):61-74. Disponível

em:https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12902017000100061Acesso

em: 10 mar 2020.

Dias-Scopel RP, Scopel D. ¿Quiénes son las parteras munduruku? Pluralismo médico y

autoatención en el parto domiciliario entre indígenas en Amazonas, Brasil. Desacatos. 2018;58:16-

Disponível em:http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1607-

X2018000300016 &lang=ptAcesso em: 11 mar 2020.

Lafont CPR, Casarrubia IMC, Romero JAB.Culturalpracticesforthecareofindigenouspregnant

women of the Zenu Reserve Cordoba, Colombia.: Prácticas culturales de cuidado de gestantes

indígenas del Resguardo Zenú Córdoba, Colombia. Rev. cienc. cuidad. 2019;16(3):8-20.Disponível

em: https://revistas.ufps.edu.co/index.php/cienciaycuidado/article/view/1722 Acesso em: 11 mar

Dávalos MR, Soilán A, Duarte E, Sanabria G. Lesionesepitelialesdecuellouterinoenmujeres

de la comunidad indigena Mbya-Guarani, Colonia Y´Apy, Distrito de Yrybucua-Departamento

San Pedro. 2019. Rev Inst Med Trop,2019;14(2):39. Disponível em:http://scielo.iics.una.py/scielo.

php?script=sci_abstract&pid=S1996-36962019000200003&lng=pt&nrm=iso&tlng=esAcesso em:

mar 2020.

Gusman CR, Rodrigues DA, Villela WV. Paradoxos do programa tradicional de parteiras no

contexto das mulheres krahô. Cien Saude Colet, 2019; 24(7):2627-36. Disponível em: https://

www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232019000702627 Acesso em: 10 mar

Nevin PE, Garcia PJ, MM Blas, Rao D, Molina Y. Desigualdades no tratamento do câncer

cervical em mulheres indígenas peruanas. Lancet Glob Health, 2019;5:e556-7. Disponívelem:

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6547124/ Acesso em: 10 mar 2020.

Publicado

2021-08-10

Cómo citar

Luiza Resende Abritta, M. ., Ribeiro Torres, . S. ., & Antunes Freitas, . D. . (2021). SAÚDE DAS MULHERES INDÍGENAS NA AMÉRICA LATINA: REVISÃO INTEGRATIVA. Revista Brasileira De Saúde Funcional, 9(2), 164–177. https://doi.org/10.25194/rebrasf.v9i2.1449