Saúde da Mulher Negra no Brasil: Revisão Sistemática Integrativa

Resumen

Introdução: As mulheres negras sofrem dupla discriminação, pois vivem em condições desiguais de gênero em uma sociedade que perpetua as desigualdades étnico-raciais. No que se refere às condições de saúde, em relação às mulheres brancas, as negras têm piores indicadores de saúde e maior vulnerabilidade ao adoecimento. Objetivo: Analisar as atuais condições de saúde da mulher negra brasileira. Métodos: Trata-se de uma revisão sistemática integrativa de artigos publicados entre os anos de 2008 a 2019 nas bases de dados LILACS, PubMed e SciELO. Para a busca, foram utilizados os descritores “Saúde”, “Acessibilidade aos Serviços de saúde”, “População negra”, “Desigualdade Racial em Saúde”, “Racismo” nos idiomas português e inglês. Foram incluídos artigos publicados em inglês, português ou espanhol e que abordassem estritamente as relações entre saúde e mulheres negras brasileiras. Resultados: Foram encontrados 982 artigos, dos quais 14 foram selecionados através de critérios de elegibilidade, por meio da leitura de títulos, resumos e textos completos. Conclusão: Mulheres negras possuem sistematicamente maiores taxas de mortalidade materna e neonatal, maior prevalência de agravamento de doenças benignas, maior risco de violência sexual e de gênero e maiores taxas de omissão de socorro e negligência médica quando comparadas com mulheres brancas. Diante de um cenário marcada ainda por diversas práticas de racismo institucional e preconceitos de gênero, elas se destacam como grupo detentor de vulnerabilidades dentro da saúde da mulher, portanto, faz-se necessário um novo paradigma e novas propostas dentro dos modelos de saúde atuais.