MULHERES ENCARCERADAS COM SOROPOSITIVIDADE PARA HIV: PERCEPÇÃO SOBRE A ADESÃO AO TRATAMENTO
DOI:
https://doi.org/10.25194/rebrasf.v5i1.883Keywords:
Mulher, Prisão, HIV.Abstract
Sabe-se que a população de mulheres em situação de prisão está aumentando a cada dia. Nesse contexto, existe uma vulnerabilidade quanto à saúde dessa mulher e no tratamento de algumas doenças como o HIV/AIDS. Entre os principais fatores de risco que favorecem a disseminação do HIV/ AIDS entre mulheres privadas de liberdade estão: abuso sexual, superlotação de celas e o uso de drogas. O estudo tem como objetivo analisar a percepção de mulheres em situação de prisão vivendo com HIV sobre o tratamento do HIV/AIDS. Trata-se de um estudo de campo com enfoque qualitativo com a população carcerária feminina com diagnóstico de HIV positivo em um presídio localizado em Salvador- Bahia. Foi utilizada como instrumento de pesquisa entrevista semiestruturada realizada com quatro mulheres. A partir da análise de conteúdo, foram determinadas 01 categoria e 03 subcategorias: percepção sobre a adesão ao tratamento do HIV/AIDS, que teve como subcategorias: adesão ao tratamento como uma necessidade, adesão ao tratamento como sacrifício e sentimentos relacionados a viver com HIV/AIDS. Os resultados mostraram que as mulheres em situação de prisão com diagnóstico de infecção pelo HIV apresentam resistência ao tratamento por conta dos efeitos adversos dos antirretrovirais, discriminação perante as outras presidiárias e da falta de orientação dos profissionais de saúde sobre a importância da regularidade do tratamento. Dessa forma, existe uma insegurança da mulher perante as companheiras de cela descobrir sua condição de vítima do HIV/AIDS e quanto aos efeitos adversos dos antirretrovirais e a necessidade de que os profissionais de saúde tenham maior interação com essas mulheres, para que elas sejam acompanhadas e orientadas quanto à importância da continuidade do tratamento. É preciso que sejam intensificadas políticas públicas direcionadas a essa população, bem como que essas iniciativas sejam efetivadas.
ABSTRACT
It is known that the population of jailed women is increasing every day. In this context, there is a vulnerability about the health of this woman and to the treatment of some diseases such as HIV/AIDS. Among the main risk factors that favor the spread of HIV/AIDS among women deprived of their liberty are: sexual abuse, overcrowding in prison and use of drugs. The study aims to analyze the perception of women living in prison with HIV about HIV/AIDS treatment. This is a field study with a qualitative approach carried out with the female prison population with diagnosis of HIV positive in a prison located in Salvador-Bahia. A semi-structured interview with four women was used as a research tool. From the content analysis we determined 01 category and 03 subcategories: perception about adherence to HIV/AIDS treatment, which had as subcategories: treatment adherence as a necessity, treatment adherence as sacrifice and feelings related to living with HIV/AIDS. The results showed that women in prison with a diagnosis of HIV infection are resistant to treatment because the adverse effects of antiretrovirals, discrimination from other prisoners, and lack of guidance from health professionals about the importance of regular treatment. Thus, the jailed woman with HIV are insecurity her cell mate discover her condition about HIV/AIDS and the adverse effects of antiretrovirals, in addition to the necessity of interact more closely with the health professional to be monitored and guided about the importance of continuity of treatment. It is necessary to intensify public policies directed to this population, as well as to ensure that these initiatives are implemented.
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