EDUCAÇÃO E SAÚDE: INTERSECÇÕES PARA A DESMISTIFICAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS FALCIFORMES

Authors

  • Daniela Santana Reis FADBA

DOI:

https://doi.org/10.25194/rebrasf.v7i3.1240

Keywords:

Educação e Saúde, Doença Falciforme, Jovens escolares, Estigma, Education and Health, Sickle Cell Disease, Young schoolchildren, Stigma,

Abstract

Conquanto são tecidas as categorias educação e saúde,
buscou-se neste estudo responder a inquietação da
pesquisa, a saber: quais as razões para a recusa de
partilha do diagnóstico de Doença Falciforme (DF) entre
jovens escolares em espaços institucionalizados de
Salvador-BA? Para tanto, esta investigação, de natureza
qualitativa fundou-se metodologicamente no paradigma
crítico, consolidado no materialismo histórico dialético.
Caracterizou-se como exploratória e descritiva e, para
a coleta de informações foram aplicados formulários
a 48 jovens com doenças falciformes em idade entre
15 e 29 anos, que constituíram o universo populacional
da pesquisa. Na segunda etapa da pesquisa, foram
realizadas entrevistas em profundidade objetivando
elucidar aspectos que emergiram da análise das respostas
aos formulários. Os resultados indiciaram que os jovens
escolares optam por não partilhar o diagnóstico da
DF por três razões: o consenso quanto à invisibilidade;
frustrações anteriores por ocasião da elucidação da
diagnose; e, medo do preconceito, da rotulação e do
estigma. Conclui-se que medidas devem ser tomadas para
a potencialização do conhecimento sobre a patologia, por
meio de políticas de formação e mecanismos de escuta
intermitente.

ABSTRACT
As the categories education and health are woven, this study sought to answer the research
concern, wich are: what are the reasons for refusal to share the diagnosis of sickle cell disease
(SCD) among young students in institutionalized spaces in Salvador-BA? Therefore, this
qualitative research was methodologically based on the critical paradigm, consolidated in
dialectical historical materialism. It was characterized as exploratory and descriptive and, for
collecting information, forms were applied to 48 young people with sickle cell disease aged
between 15 and 29 years, which constituted the population of the research. In the second stage
of the research, in-depth interviews were conducted to clarify aspects that emerged from the
analysis of the responses to the forms. The results indicated that young students choose not to
share the diagnosis of SCD for three reasons: consensus on invisibility; previous frustrations at
diagnosis elucidation; and fear of prejudice, labeling and stigma. It is concluded that measures
should be taken to enhance the knowledge about the pathology, through policies of training
and intermittent listening mechanisms.

Author Biography

Daniela Santana Reis, FADBA

Doutora em Educação e contemporaneidade pela
Universidade do estado da Bahia e Universidade
de Lisboa. Professora universitária e assessora
pedagógica. Faculdade Adventista da Bahia.

References

1. Reis D. Professores de Jovens com doenças falciformes: contornos, nuances e imagens de
viagem. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Programa de Pósgraduação em
Educação e Contemporaneidade. Universidade do Estado da Bahia, Salvador, 2017.
2. Brasil. Cadernos de ética em pesquisa. 1998. [Acesso em 18 jun. 2014]. <http://conselho.saude.
gov.br/web_comissoes/conep/aquivos/materialeducativo/cadernos/caderno01.pdf>.
3. Kikuchi B. Assistência de enfermagem na doença falciforme nos serviços de atenção básica.
Rev. Bras. Hematol. Hemoter, São José do Rio Preto, v. 29, n. 3, p. 331-338, 2007.
4. Atkin K, Ahmad W. Living a ‘normal’ life: young people coping with thalassemia major or sickle
cell disorder. Soc Sci Med., Amsterdam, HOL, v. 53, n. 5, p. 615-626, set. 2001.
5. Reis, D, Leiro A. (2018). Tecituras entre educação e saúde: processos de escolarização da juventude
soteropolitana com doenças falciformes. Revista da faeeba. educação e contemporaneidade,
Salvador, 2016. 27(51), 195-212.
6. Dyson S. et al. Disclosure and sickle cell disorder: a mixed methods study of the young person
with sickle cell at school. Social Science e Medicine, Amsterdam, HOL, v. 70, p. 2036-2044, 2010.
7. Alves M. et al. Educação em saúde para as pessoas com doença falciforme no Centro de Educação
e Apoio a Hemoglobinopatias de Minas Gerais. Rev. Bras. Hematol. Hemoter., São Paulo, v. 31, n.
4, p. 36-46, jul./ago. 2009.
8. Castro, A. Por uma lua inteira: o processo de reinserção escolar do aluno com anemia falciforme
após crise, com foco nas ações pedagógicas. 2014. 280 f. Tese (Doutorado em Educação)–Faculdade
de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2014.
9. Batista T, Morais A, Ferreira C. Com(vivendo) com anemia falciforme: o olhar da enfermagem
para o cotidiano de adolescentes. In: Ferreira S, Cordeiro R. (Org.). Qualidade de vida e cuidados
às pessoas com doença falciforme. Salvador: EDUFBA, 2013.
10. Dyson S. et al. Reported school experiences of young people living with sickle cell disorder in
England. 2009.
11. Goffman E. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. 4. ed. Rio de
Janeiro: Zahar Editores, 1963.
12. Sousa E. O processo educacional e as crianças e adolescentes portadores de anemia falciforme.
2005. 96 f. Dissertação (Mestrado em Educação)–Universidade Católica de Goiás, Goiânia, 2005.
13. Dayrrell J. A escola faz as juventudes? Reflexões em torno da socialização juvenil. Educação e
Sociedade, Campinas, v. 28, n. 100, p. 1105-1128, out. 2007.

Published

2019-12-16

How to Cite

Santana Reis, D. (2019). EDUCAÇÃO E SAÚDE: INTERSECÇÕES PARA A DESMISTIFICAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS FALCIFORMES. Revista Brasileira De Saúde Funcional, 7(3), 4. https://doi.org/10.25194/rebrasf.v7i3.1240