ESTRATÉGIAS NUTRICIONAIS NO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
DOI:
https://doi.org/10.25194/rebrasf.v9i3.1487Resumo
Introdução: Entre os problemas mais frequentes identificados em indivíduos autistas, estão patologias gastrointestinais e deficiência de nutrientes. Por esse motivo, estudos tem sido realizado sobre intervenções nutricionais no autismo, que incluem eliminação de determinados nutrientes na dieta e suplementação de ácidos graxos, vitaminas e minerais. Objetivo: Realizar uma revisão da literatura sobre a influência da dieta isenta de glúten e caseína, e a suplementação de ômega 3, na melhora de aspectos clínicos dos portadores de Transtorno do Espectro Autista. Metodologia: Foi realizada uma busca eletrônica de artigos científicos nas bases de dados LILACS, PUBMED e SCIELO, publicados no período de 2010 a 2020, a partir da conjugação dos descritores nos idiomas português, inglês e espanhol: “Transtorno do Espectro Autista”; “alimentação”; “problemas gastrointestinais” “glúten”; “caseína”; “ômega 3”. Resultados: Os frequentes sintomas gastrointestinais sugerem que a ação de peptídeos não hidrolisados, derivados do glúten e da caseína, podem influenciar nas manifestações clínicas da doença. Estudos demonstraram que a dieta isenta de glúten e caseína pode melhorar o comportamento e os sintomas gastrointestinais. Assim como, a suplementação de ômega 3, devido a sua importância para o desenvolvimento e funcionamento do cérebro. Conclusão: As evidências compiladas nesta revisão indicam que a uma dieta isenta de glúten e caseína melhora os sintomas característicos da doença, possuindo um efeito melhor quando associada a suplementação de ômega 3. No entanto, são necessárias pesquisas adicionais, bem delineadas, para melhor segurança nessa prática.
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