ATENÇÃO PRIMÁRIA NA PREVENÇÃO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA FEMININA: REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA

Autores

  • Elma Gomes Pereira Faculdade Adventista da Bahia
  • Aline Moreira Ribeiro Faculdade Adventista da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.25194/rebrasf.v10i1.1392

Palavras-chave:

Incontinência urinária, atenção primária, prevenção

Resumo

RESUMO

Introdução: A International Continence Society (ICS) define a incontinência urinária (IU) como qualquer perda involuntária de urina, sendo a condição multifatorial na sua origem. Objetivos: Demonstrar o papel da atenção primária na prevenção da IU feminina. Métodos: Foi realizada uma revisão de literatura que incluiu estudos que discutiram o impacto da atenção primária na prevenção da IU feminina nos últimos 10 anos (2009 a 2019). As bases de dados consultadas foram PubMed, PEDro, Scielo e Cochrane Library, utilizando os termos de busca “urinary incontinence”, “primary health care” e “prevention”. Resultados: Dez estudos foram selecionados para a revisão. O tamanho total amostral variou de 01 a 1000 mulheres. A variação de idade estudada foi de 23 a 65 anos. A maioria dos estudos demonstra que os programas de treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP) para mulheres com IU obtiveram resultados significativos. Programas educacionais preventivos como o ensino correto do TMAP, regimes moderados de exercícios físicos combinados, aconselhamento à mudança de hábitos, manejo adequado durante a gestação e trabalho de parto podem evitar danos nos músculos do assoalho pélvico e, consequentemente, a IU. Conclusão: Este estudo apontou resultados significativos da atenção primária na prevenção da IU feminina, embora os achados da literatura científica sejam ainda escassos. Diante disso, sugere a importância de novas pesquisas científicas para que se possa obter conclusões mais definidas e precisas quanto a eficácia e os benefícios da atenção primária à saúde da mulher e garantia de melhor qualidade de vida.

Biografia do Autor

Aline Moreira Ribeiro, Faculdade Adventista da Bahia

Professora Mestre e Doutora no Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Fisioterapia Pélvica.

Referências

REFERÊNCIAS

(1) Kessler M, Facchini LA., Soares MU, Nunes BP, França SM, Thumé E. Prevalence of urinary incontinence among the elderly and relationship with physical and mental health indicators. Rev Bras de Geriat e Gerontol, 2018, 21 (4), pp. 397-407. DOI: 10.1590/1981-22562018021.180015.

(2) Moroni RM, Magnani PS, Haddad JM, Castro RA, Brito LGO. Conservative Treatment of Stress Urinary Incontinence: A Systematic Review with Meta-analysis of Randomized Controlled Trials. Rev Bras Ginecol Obstet, 2016 Feb, 38 (2), 97-111. DOI: 10.1055/s-0035-1571252.

(3) Fontenele TMO, Abdon APV, Araújo MC, Bezerra IN. Associação entre ingestão de energia e nutrientes e incontinência urinária em mulheres adultas. Cad saúde colet, 2018 Mar, 26 (1), 45-52. DOI: 10.1590/1414-462x201800010145.

(4) Child S, Bateman A, Shuttleworth J, Gericke C, Freeman R. Can primary care nurse administered pelvic floor muscle training (PFMT) be implemented for the prevention and treatment of urinary incontinence? A study protocol. V1. F1000Res, 2013, 2 (47). DOI: 10.12688/f1000research.2-47.v1.

(5) Sopeña-Sutil R, Tejido-Sánchez A, de Urbina MGO, Guerrero-Ramos F, García-Álvarez G, Passas-Martínez JB. Evolución de las derivaciones de atención primaria a urología. Impacto de un protocolo en enfermedad prostática y de formación continuada. Actas Urol Esp, 2015, 39, 296-302. DOI: 10.1016/j.acuro.2014.11.002.

(6) Tannenbaum C, Agnew R, Benedetti A, Thomas D, van den Heuvel E. Effectiveness of continence promotion for older women via community organisations: a cluster randomised trial. BMJ Open, 2013, 3 (12), e004135. DOI: 10. 1136/bmjopen-2013-004135.

(7) Freitas CV, Capela ILB, Caldas SACS, Almeida TMG. Abordagem fisioterapêutica da incontinência urinária em idosos na atenção primária em saúde. Fisioter Pesqui, 2020 July, 27 (3), 264-270. DOI: 10.1590/1809-2950/19015527032020.

(8) Oliveira JR, Garcia RR. Cinesioterapia no tratamento da incontinência urinária em mulheres idosas. Rev bras geriatr gerontol, 2011 June, 14 (2), 343-351. DOI: 10.1590/S1809-98232011000200014.

(9) Figueiredo EM, Baracho SM, Vaz CT, Sampaio RF. Educação de funcionárias de unidade básica de saúde acerca da atenção fisioterapêutica na incontinência urinária: relato de experiência. Fisioter Pesqui, 2012, 19 (2), 103-108. DOI: 10.1590/S1809-29502012000200003.

(10) Gasparetto A, Pivetta HM, Frigo LF, Braz MM, Padilha JF, Santos N, et al. Efeitos da fisioterapia com abordagem em grupo sobre a incontinência urinária feminina na atenção primária de saúde em santa maria. Disc Scientia Série: Ciências da Saúde, Santa Maria, 2011 jun, 12 (1), p. 59-70. Disponível em: https://periodicos.ufn.edu.br/index.php/disciplinarumS/article/view/977. Acesso em: 17 Mai 2021.

(11) Shijagurumayum Acharya R, Tveter AT, Grotle M, Khadgi B, Braekken IH, Stuge B. Pelvic floor muscle training programme in pregnant Nepalese women-a feasibility study. Int Urogynecol J, 2020, 31 (8), 1609-1619. DOI: 10.1007/s00192-019-04053-1.

(12) Hernández RRV, Aranda ER, Aznar CT. Urinary incontinence and weight changes during pregnancy and post partum: a pending challenge. Midwifery, 2013, 29 (12), e123-e129. DOI: 10.1016/j.midw.2012.12.004.

(13) Bø K, Haakstad LA. Is pelvic floor muscle training effective when taught in a general fitness class in pregnancy? A randomised controlled trial. Physiotherapy, 2011, 97 (3), 190-195. DOI: 10.1016/j.physio.2010.08.014

(14) Glazener CM, MacArthur C, Hagen S, Elders A, Lancashire R., Herbison GP, et al. Twelve-year follow-up of conservative management of postnatal urinary and faecal incontinence and prolapse outcomes: randomised controlled trial. BJOG, 2014, 121 (1), 112-120. DOI: 10.1111/1471-0528.12473.

(15) Tannenbaum C, Van Den Heuvel E, Fritel X, Southall K, Jutai J, Rajabali S, et al. Continence Across Continents To Upend Stigma and Dependency (CACTUS-D): study protocol for a cluster randomized controlled trial. Trials, 2015, 16, 565. DOI: 10.1186/s13063-015-1099-x.

(16) Kissler K, Yount SM, Rendeiro M, Zeidenstein L. Primary Prevention of Urinary Incontinence: A Case Study of Prenatal and Intrapartum Interventions. Journal of midwifery & women's health, 2016, 61 (4), 507-511. DOI: 10.1111/jmwh.12420.

(17) Lawson S, Sacks A. Pelvic Floor Physical Therapy and Women's Health Promotion. J Midwifery Women’s Health, 2018, 63 (4), 410-417. DOI: 10.1111/jmwh.12736.

(18) Parden AM, Griffin RL, Hoover K, Ellington DR, Gleason JL, Burgio KL, et al. Prevalence, Awareness, and Understanding of Pelvic Floor Disorders in Adolescent and Young Women. Female Pelvic Med Reconstr Surg, 2016, 22 (5), 346-354. DOI: 10.1097/SPV.0000000000000287.

(19) Pelaez M, Gonzalez-Cerron S, Montejo R, Barakat R. Pelvic floor muscle training included in a pregnancy exercise program is effective in primary prevention of urinary incontinence: a randomized controlled trial. Neurourol Urodyn, 2014 jan, 33 (1), 67-71. DOI: 10.1002/nau.22381.

(20) Sampselle CM, Newman DK, Miller JM, Kirk K, DiCamillo MA, Wagner TH, et al. A Randomized Controlled Trial to Compare 2 Scalable Interventions for Lower Urinary Tract Symptom Prevention: Main Outcomes of the TULIP Study. J Urol, 2017, 197 (6), 1480-1486. DOI: 10.1016/j.juro.2016.12.099.

(21) Agnew R, Van Den Heuvel E, Tannenbaum C. Efficiency of using community organisations as catalysts for recruitment to continence promotion trials. Clinical Trials, 2013, 10 (1), 151-159. DOI: 10.1177/1740774512460144.

(22) Imamura M, Abrams P, Bain C, Buckley B, Cardozo L, Cody J, et al. Systematic review and economic modelling of the effectiveness and cost-effectiveness of non-surgical treatments for women with stress urinary incontinence. Health Technol Assess, 2010, 14 (40), 1-188. DOI: https://doi.org/10.3310/hta14400.

(23) Dumoulin C, Hay-Smith J. Pelvic floor muscle training versus no treatment, or inactive control treatments, for urinary incontinence in women. Cochrane Database Syst Rev, 2010, (1), CD005654. DOI: 10.1002/14651858.CD005654.pub2.

(24) Glisoi SFN, Girelli P. Importância da fisioterapia na conscientização e aprendizagem da contração da musculatura do assoalho pélvico em mulheres com incontinência urinária. Rev Bras Clin Med, 2011 Nov-Dez, 9 (6), 408-13. Disponível em: http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2011/v9n6/a2557. Acesso em: 17 Mai 2021.

(25) Tähtinen RM, Cartwright R, Tsui JF, Aaltonen RL, Aoki Y, Cárdenas JL, et al. Impacto a longo prazo do tipo de parto na incontinência urinária de esforço e na incontinência urinária de urgência: uma revisão sistemática e meta-análise. Euro Urol, 2016, 70 (1), 148-158. DOI: 10.1016 /j.eururo.2016.01.037.

(26) Woodley SJ, Boyle R, Cody JD, Mørkved S, Hay-Smith E. Pelvic floor muscle training for prevention and treatment of urinary and faecal incontinence in antenatal and postnatal women. Cochrane Database Syst Rev, 2017, 12 (12), CD007471. DOI: 10.1002/14651858.CD007471.pub3.

(27) Moore K, Dumoulin C, Bradley C, Burgio K, Chambers T, Hagen S, et al. Adult conservative management. In: Abrams P, Cardozo L, Khouy S, Wein A. (eds) Incontinence, 5th edn. IUCD, 5th Int Cons Incont, Paris, 2013, pp 1101–1227. Disponível em: https://www.ics.org/Publications/ICI_4/files-book/comite-12.pdf. Acesso em: 13 Mai 2021.

(28) Kaestner KT, Roza T, Virtuoso JF, Luz SCT. Eficácia da dinâmica de grupo em educação em saúde em mulheres com incontinência urinária. Arq Ciênc Saúde, 2016, 23 (2), 54-9. DOI: 10.17696/2318-3691.23.2.2016.296.

(29) Saboia DM, Bezerra KC, Vasconcelos Neto JA, Bezerra LRPS, Oriá MOB, Vasconcelos CTM. The effectiveness of post-partum interventions to prevent urinary incontinence: a systematic review. Rev Bras Enferm, 2018, 71 (3), 1460-8. DOI: 10.1590/0034-7167-2017-0338.

(30) Mendes A, Hoga L, Gonçalves B, Silva P, Pereira P. Adult women's experiences of urinary incontinence: a systematic review of qualitative evidence. JBI Database System Rev Implement Rep, 2017 May, 15 (5), 1350-1408. DOI:10.11124/JBISRIR-2017-003389. PMID: 28498174.

(31) Pintos-Díaz MZ, Alonso-Blanco C, Parás-Bravo P, Fernández-de-Las-Peñas C, Paz-Zulueta M, Fradejas-Sastre V, et al. Living with Urinary Incontinence: Potential Risks of Women's Health? A Qualitative Study on the Perspectives of Female Patients Seeking Care for the First Time in a Specialized Center. Int J Environ Res Public Health, 2019 Oct, 8;16 (19), 3781. DOI: 10.3390/ijerph16193781. PMID: 31597365; PMCID: PMC6801418.

Downloads

Publicado

2022-05-26

Como Citar

Gomes Pereira, E., & Moreira Ribeiro, A. . (2022). ATENÇÃO PRIMÁRIA NA PREVENÇÃO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA FEMININA: REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA. Revista Brasileira De Saúde Funcional, 10(1). https://doi.org/10.25194/rebrasf.v10i1.1392

Edição

Seção

Revisão