A PREVALÊNCIA DO USO DE FÓRMULAS INFANTIS EM LACTENTES ATENDIDOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE
DOI:
https://doi.org/10.25194/rebrasf.v12i2.1743Palavras-chave:
Aleitamento Materno, Nutrição da Criança, Alimentos FormuladosResumo
Introdução: A oferta de fórmulas infantis em crianças menores de seis meses é prevalente no Brasil e quando empregada de forma indiscriminada e sem prescrição nutricional pode causar prejuízos à saúde da criança. Objetivo: Identificar a prevalência da oferta de fórmula infantil em lactentes atendidos na Atenção Primária à Saúde de um município do Sudoeste da Bahia. Metodologia: Estudo Transversal, realizado com 75 crianças e suas genitoras em Centros de Saúde no município de Jequié, Bahia no período de março à agosto de 2018. Foram coletados dados sociais, econômicos, de saúde e sobre padrão de aleitamento materno e introdução de outros alimentos, a exemplo da fórmula infantil. Empregou-se a estatística descritiva para análise dos dados. Resultados: As genitoras apresentavam em sua maioria baixa escolaridade, renda menor igual a um salário mínimo, casados/união estável, evangélicas e raça/cor: parda/preta. Identificou-se que 58,7% das mães receberam orientações sobre a alimentação infantil ainda na maternidade, porém a prevalência de oferta de fórmula infantil foi 42,7%. Conclusão: Este estudo revelou elevada prevalência do uso de fórmulas infantis em crianças menores de 6 meses, apesar das genitoras terem recebido orientações sobre a importância da amamentação exclusiva na maternidade, sugerindo a necessidade de promoção e apoio à amamentação desde a assistência pré-natal, no intuito de reduzir o uso de fórmulas infantis e promover o aleitamento materno exclusivo.
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